29/01/2009

POETA

O poeta não é para ser visto
mas sim para ser sentido
é um ser diferente, estranho e esquisito
Pois é do além e bem depois do Infinito

É possuidor de um certo talento
Difícil ou impossível de descrever
Tem sentidos raros de fomento
De observar, sentir e até escrever

Parece e vive numa esfera
Que poucos têm acesso e estudo
De sua rara sensibilidade libera
Visões múltiplas sobre quase tudo

Fala do amor porque ama
E mesmo sem amor fala sim
Extrai sua essência e sua chama
Explica que existe a ausência do fim

Cita o homem em muitos estados
Rezando ou não, é de muita religiosidade
Ele percebe o elo presente em todos os fatos
Pois tudo que aborda tem aroma de verdade

Sua verdade é subjetiva
Seu universo é peculiar
Utiliza sua rara e intuitiva
Ímpar capacidade de captar

Contribui de forma peculiar
Para o mergulho da alma desperta
Pulveriza os limites do amar
Indica o Universo como meta

É tão importante e felizmente
Pois sacode o adormecido
O poeta vive tão intensamente
Diz até o tanto que outro poderia ter vivido

O poeta gera uns resultados
Mesmo sem métrica e rima
Rompe limite e cria estados
Que leva o ser para cima

A alma do poeta é dinâmica
Não pára um segundo sequer
Desconhece produção econômica
De sua percepção e do que vier

O poeta busca expressar
A extensão máxima do sentido
De tudo que lhe cabe abordar
Cria possibilidade de sair do perdido

Por outro lado também estimula
Inspira aquele que nada ou pouco sente
Nos caminhos da reflexão que simula
Possibilidades de entender e superar a mente

A vida e obra do poeta implicam
Um olhar distinto de tudo existe
Também sugerem e explicam
Que a criatividade sempre resiste

A resistência é ao modelo tão perverso
Chamado de capitalismo selvagem
Que destrói almas e leva ao inverso
Faz o viver o real através da sua imagem

O poeta com seu olhar difuso
Elucida e mostra as profundezas
Deste mundo maravilhoso mas confuso
Atua para a construção de "certezas"

Desta forma o homem “errante”
Encontra muitas respostas
Altera a sua alma, face e mente
Elimina a sua vida das apostas

Mas preciso estas linhas encerrar
Pois o poeta tudo pode, tudo diz
Estou em êxtase a sentir e a pensar
Como é bom ser um poeta aprendiz!



Alberto Rodrigues de Barros
29/01/2009

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