ESVAZIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

ESVAZIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

É um fenômeno mundial o êxodo do cidadão dos partidos políticos. Mas avaliar o que ocorre no país é fundamental, pois não podemos deixar de aprender com os fatos.

No país, o distanciamento da classe política dos princípios básicos da ética e da verdade, ao lado de alianças políticas incoerentes e absolutamente eleitoreiras contribuem significativamente para a diáspora partidária.

Tais fenômenos extraem a legitimidade do processo político nacional, estadual e local, e colocam o país num ostracismo político lamentável.

A feudalização dos partidos políticos por grupos históricos e a conseqüente atomização de seus membros nas siglas políticas impedem o surgimento de novas lideranças legítimas e capazes de representar, com mais nitidez e consistência os anseios da população.

Muitos têm optando pelo pragmatismo político, através de atuação em ong's, exatamente pela possibilidade mais imediata de produzir resultados e interferir pelos menos nos efeitos da política econômica que coloca a população à reboque dos interesses do capitalismo mundial.

Sim, opta-se por agir concretamente, pois a discussão política e ideológica evaporou do dia a dia do cidadão, restando-lhe aderir aos programas sociais religiosos e ong's diversas que produzem efeitos mais diretos na vida das pessoas.

Carga tributária elevadíssima, corrupção dos políticos, baixo nível da discussão política (sem ideologias consistentes) e a velha feudalização dos partidos políticos não atraem o cidadão, pois ao mesmo tempo em que somos o 10º PIB mundial, ocupamos apenas 70ª posição no ranking do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ao mesmo tempo que a Confederação Nacional dos Municípios divulga índices alarmantes do desempenho social das cidades mineiras.

O caminho é a ação coletiva mas longe dos partidos políticos.

E para mudar o quadro atual, a receita é velha e conhecida: REFORMA POLÍTICA.

Alberto Rodrigues de Barros
Domingo, 23 de Março de 2008