27/02/2009

URCA (RJ): BAIRRO DA QUERIDA INFÂNCIA

Os diálogos são indispensáveis
Facilitam o auto acesso
Revitalizam passagens memoráveis
Evidenciam a vida como processo

Trajetória de construção do ser
Sucessivas passagens e vivências
É bagagem de cada amanhecer
Está em cada ser tais evidências

Lembrei de minha infância
Na Urca de outrora
É lugar de singular importância
É lá que minha alma também mora

Antes mesmo de nascer
Minha mãe à praia me levava
Em cada lindo amanhecer
Na Urca ela ali reinava

Minha memória se inicia
Aos quatros anos de idade
Naquele paraíso principia
Esta etapa da eternidade

Muitas passagens de tanta beleza
Encravada no mar e no morro
Vivi aprendizagens de pureza
Sem necessidade de socorro

Ritmo natural e tão peculiar
Parecia e ainda parece até agora
Espaço mágico onde o luar
Perpetuado na alma ainda vigora

A areia da praia foi cenário
Com os parceiros de infância
De experiências de itinerário
Até esta atual instância

Várias formas de castelos
E muita vida em sonho e ilusão
Ricos detalhes e eram tão belos
Que linda fantasia em comunhão

O tempo que transcorria
Neste tempo tão infante
Era de amizade e alegria
De tanta essência incessante

As formas reproduziam
O melhor de cada participante
Elas sempre enalteciam
O mundo de cada infante

Esta linda comunicação
Tão fácil naquele período
Para exterior a partir do coração
É hoje verdadeiro antídoto

Atua na forte prevenção
De vários e difíceis problemas
Que afetam o ser na contramão
De se viver em tantos sistemas

Ter a Urca como quintal
Tão presente na minha essência
Amplia a semente do emocional
Fortaleceu toda a minha vivência

Ter tido o mar como água benta
Batizando-me por anos a fio
Sinto que nada na alma se arrebenta
Sempre existe o belo pavio

Acendendo a chama da percepção
Que o aprendizado nunca termina
Sempre aponta para o coração
Como a origem, o destino e a mina

Portal de fluxo permanente
De nossas eternas aprendizagens
O coração simboliza esta vertente
Que somos viajantes de muitas viagens!

27/02/2009
Juiz de Fora

Um comentário:

  1. Meu pai, todo final de semana, nos levava, ou à praia ou à floresta da Tijuca.
    Como éramos pequenos, a praia preferida dele era a Urca.
    Naquele tempo ( bons tempos ) nem se falava em poluição.
    Bairro maravilhoso, diga-se de passagem.
    Mais tarde, já adolescentes, optamos por praias mais agitadas.
    Adorava o arpoador.
    Foi lá que aprendi a furar ondas, e que ondas!
    A tomar caixotes, pegar jacarés ...
    Saudades saudáveis, sem dor.
    Afinal, cada época da gente é uma realidade a ser vivida.
    Deixando boas lembranças.
    Suas poesias são muito bonitas, parabéns.
    Iná.

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