10/10/2009

ORGULHO

Em nossa trajetória de apredizagem
São muitos obstáculos a vencer
Mas diante do significado de nossa viagem
Temos que dedicar ao avanço do Ser

Já falamos sobre a cultura
Enquanto fator que cria o superego
Que se constitui em armadura
Gerando muralhas em que "eu me apego"

Dentro desta magnífica construção
Dentro dos diferentes contéudos e informações
Dentro desta universalidade da evolução
Dentro dos elementos do homem e de suas emoções

Aparece uma força de muita cor
E que pode assumir a dimensão do brio
Impulso do agir e do fazer de pudor
A existência em pleno movimento a partir do cio

Na outra extremidade do significado
Está uma outra vertente do orgulho
Deixa a noção de valor, de bem edificado
Se transforma em um Himalaia de entulho

Amplia em grande dosagem de distorção
Valores e talentos da essência do ser
Que assumem contornos de intensa ilusão
Atuando como obstáculos do real crescer

Se afigura como se fosse expressão do centro
Assumindo identificação da personalidade
Parecendo que é nossa essência lá de dentro
Se manifestando mas é falsa tal identidade

Esta falsa construção de ações e de valores
Gera perfis e comportamentos lamentáveis
Impedindo a percepção da realidade das flores
Da realidade humana em movimentos saudáveis

O orgulho afastado do brio enquanto valor
Atuando no ser com tamanha liberdade
É raiz de desperdício, de perda e de dor
E como é difícil aceitar tal verdade

É valorização extrema do ser deformado
Que se faz distante da beleza, da simplicidade
Existência soberba do ser sempre armado
Que segrega e magoa como agente da infelicidade

Por apresentar a falsa impressão
Que nasce da essência do interior
O ser esquece a originalidade do coração
Apresenta-se suave mas com forte furor

Valorização extrema de si mesmo
Afastando da verdade da vida e dos valores
Não vê o outro e vive a vida a esmo
Não vê a diversidade do arco iris, nas cores

Sempre muito pesado carregando o entulho
Não consegue sentir a leveza da ausência do som
Está impregnado de tanto peso e de barulho
Não ouve o silêncio da paz em tudo que há de bom

Ocupar simplesmente seu espaço na obra da vida
Perceber a grandeza de sua real dimensão
Favorecer a evolução da alma comprometida
Caminhar levemente o caminho da evolução

O orgulho é o concreto de toda rigidez
Que interfere no fluir da flexibilidade
É valorização extrema do não feito e do que fez
É o que nos prende e inibe a positiva habilidade

No exercício de cada ato em todo momento
Estão as oportunidades de aprendizagem
Para superar a força de atuação de tal tormento
Purificando a alma desta fortíssima bobagem

A superação de tal envolvimento do Ser
Exige tamanho esforço e dedicação
Sem determinação ele irá permanecer
Como elemento de grande identificação

A natureza do orgulho é de tal poder
É capaz de gerar violência e efermidades
Atua desde o despertar até o anoitecer
Atua no humano em todas as suas idades

Sempre diante de sua objetiva identificação
Ocorre uma forte reação de sua inexistência
É resistência doentia e egoísmo tal reação
O orgulho interfere na coletiva sobrevivência

Sinto-me nesta etapa da minha jornada
Neste precioso instante da minha trajetória
Dedicando-me a evaporar tal energia da minha morada
Refletindo meus atos atuais e até na memória

Assumir com o vigor da ação comprometida
Do crescimento que não cessa de acontecer
Extrair o orgulho do riso, da ação, da lágrima vertida
Temos que despertar o melhor de nosso Ser!

Um comentário:

  1. "O orgulho interfere na coletiva sobrevivência"

    O egoísmo também.Por vezes, silencio, quando me deparo com monólogos incapazes de se entrecruzar.

    Olhos sãos que não consegue olhar nos olhos alheios e com eles empatizar.Cegueira de almas...

    Mas teu blog é muito positivo, você consegue extrair das dificuldade um caminho, uma lição.

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