Caro Alberto, poeta e amigo
Somente hoje li o seu recado
Buscamos nos versos nosso abrigo
Assim como se buscam os exilados
Sim, só os exilados de sua pátria amada
Sentem o aperto na mesma intensidade
E uníssonos entoam em vozes alquebradas
Canções que extravasam uma só saudade.
Difícil entender o que um poeta sente
Parece, seu sentir, ser mais do que se suporta
Como um vulcão que dorme, mas que de repente
Não se contém e expele tudo o que comporta
Quando no papel esboça, o que vem do peito
E sua mão lépida traduz, fiel, o sentimento
É como um rio que corre solto sobre o leito
Deixando atrás de si a certeza do alimento
E por mais que se escreva. Não se escreve
O tudo que se sente até o esgotamento.
Pois a essência é infinita e não prescreve
Hiberna, apenas, por algum momento
Assim é você em seus versos, amigo caro
Alguém que se expõe e se mostra por inteiro
E aí se revelam sentimentos muito raros.
Conquista de lutas de muitos paradeiros.
E não se achar merecedor do preito
Só faz aumentar por si a dignidade
É mais um troféu a cingir-lhe o peito
Incontestável, a sua essencialidade
E então, quanto leio os seus versos
Escuto em cada um, uma mensagem audível
Nada interponho, nada refuto, não controverso.
Vejo pelo seu ver, o ser, a caminho do sensível
Elma 01/09/2009
03/09/2009
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